– Qual a semelhança entre o corvo e a escrivaninha? Você sabe dizer? Sabe?
O Chapeleiro olhava atentamente para a pequena menina loira com suas enormes orbes arregaladas, uma delas inconscientemente puxada mais para a esquerda, e sua ansiosidade era de longe irônica, porque não havia espaço para sentimentos humanos e ruins dentro dos personagens do País das Maravilhas, exceto aqueles que já nasceram de coração corrompido.(...)
(...)– Oras, isso não faz sentido. – Alice replicou, estava começando a se cansar daquela pergunta repetitiva da qual nunca recebia uma resposta. - Seria como perguntar qual a semelhança entre a Alice e o Chapeleiro.(...)
(...)– Oh, sim, essa é boa! Qual é?
– Como?
– Qual a semelhança entre Alice e o Chapeleiro?
– Oh, bem... – Fez uma pausa, revirando os olhos na esperança de que alguma resposta rápida como o exemplo lhe viesse em mente, mas isso não aconteceu, e a garota voltou a se concentrar nas pedras nas quais saltava, tentando não dar muita atenção à irritação que viria por parte de seu amigo que odiava não receber respostas certas. - Eu não sei.
– Você não pode fazer adivinhas se sequer sabe as respostas!
– Nesse caso, responda-me de uma vez, qual a semelhança entre o corvo e escrivaninha?
– Que corvo?(...)
(...)– Bem... Imagino que não há semelhança. Por isso não há resposta para a pergunta.
– Qual pergunta?
– O corvo e a escrivaninha. Não há semelhança alguma entre os dois.
Pela primeira vez no dia, em meses, em séculos desde a criação do País das maravilhas, o chapeleiro se calou.(...)
(...)– Chapeleiro? – chamou, e em sua voz havia um quê de quem pede desculpas. – Eu disse alguma coi-...
– Se não há semelhanças entre o corvo e a escrivaninha – a interrompeu, com seu estranho ar de concentração focado em algum ponto do horizonte. – Então, não há semelhanças entre a Alice e o Chapeleiro?(...)
(...)– Nós dois somos um pouco loucos, não somos?- Perguntou, com seu sorriso de criança formando covinhas nas bochechas coradas.(...)
(...)– Se conseguimos achar uma semelhança para nós dois, talvez ainda haja esperanças para o corvo.
– Que corvo?
– Oh, tudo bem, esqueça...
– Hey, Alice, sabe no que andei pensando?
– Diga.
– Qual a semelhança entre o corvo e a escrivaninha?
- Alice no Pais das Maravilhas
nossa como eu amo a alice,meu sonho era saber essa diferença,talvez não haja....
ResponderExcluir