Coisas que escrevo de Madrugada

Crianças sensíveis (Atual Vs Antigos) 

Quando juntamos a família para um domingo alegre ou simplesmente juntamos para um dia comum, sempre no meio da conversa rola o papo de “As crianças não aguentam nada hoje em dia”. Não adianta reclamar, brigar ou se debater porque é completamente verdade. Se não concorda você é mais um idiota ou tem alguma prova ao contrario. 

O que os idosos ou os mais velhos querem dizer que as crianças antigas eram mais resistentes. Passavam mais tempo no rural  brincando em barrancos, se sujando de lama e arranhando a pele nos matos pegando carrapato. As brincadeiras eram inocentes, brincavam de roda, bonecas de porcelana, na areia e não fazia mal nenhum.  Os garotos brincavam de bolinhas de gude, soltavam pipa e carrinhos rolimã.

Molhavam-se na chuva sem preocupação e chegavam em casa encharcado abraçando todo mundo que via na frente. Tinham mais contatos com os animais de fazendas e não obtinha medo, alguns até corriam atrás das galinhas que quase morriam de tanto correr.  Hoje em dia a criança não pode fazer nada que ela adoece brincando na chuva pegando pneumonia, se ficar na lama por cinco minutos vai direto para o hospital. Elas caem e quebram os braços. 

Um fato verdadeiro é que crescem mimadas achando que o mundo pertence somente a eles. 

Antigamente se você respondesse sua mãe ou alguém mais velho, você ficava de castigo olhando para a parede ou recebia aquela coça tão boa que nem chorar você podia se não levava mais uma. Hoje as mães não tem controle dos filhos, eles gritam, esperneiam e mandam como se fosse o dono da casa e elas não fazem nada. 

Sei que bater em criança não resolve nada, é proibido por lei. Mas também não podem baixar a guarda para eles. Qual é? Você não morreu por escutar um não na vida.  É raro você ver uma criança fazer os mesmos costumes de antigamente e quando você vê fica parado observando. Uma vez vi uma criança que não sabia o que era andar de carrinho rolimã.

 – Como assim você nunca andou? 

 – Eu tenho internet em casa. – respondeu ele.

Se quiserem ter historias para contar no futuro, historias de verdade. Pense daqui a cinquenta anos e seus netos perguntarem o porquê daquela cicatriz que você tem na perna vai responder o que?

-Cai da cadeira do computador?

Claro que não. Você vai contar que você e seus amigos escondidos foram soltar pipa no morro e a mãe de algum deles descobriu e foi atrás, correram para se esconderem e caiu morro abaixo. Imagine isso com risadas, aquelas risadas contagiosas, que coisa maravilhosa. Melhor do que cai da cadeira. Quando você é criança e tem tempo de sobra para brincar, faça bom uso. Cresça quando for necessário, aproveite a infância porque não pode voltar atrás. Viva a vida e esqueça o computador por

enquanto, você terá tempo para ele quando ficar jovem. 

- Nathália Gonçalves